sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Cidade dos homens chega a maioridade e desce o morro

Critica escrita para o Blog Noticias e Pontos de Vista, em 30/08/2007


Pontuado pelos aniversários de dezoito anos de seus protagonistas, Cidade dos Homens chega ás telonas para mostrar o crescimento de seus personagens. Laranjinha e Acerola não lutam apenas para sobreviver, mas para descobrir quem são, encontrar seu lugar na vida adulta.
Enquanto laranjinha busca o paradeiro de seu pai, Acerola reluta em assumir seu papel de pai. Ambos os temas introduzidos na série, são reapresentados no filme, o que pode parecer repetitivo, mas necessário para situar o expectador que não acompanhava a série na TV.

O longa segue o ritmo da TV além de ser pontuada por flashbacks, (da série e do curta-metragem Palace 2), que remontam ao expectador, a trajetória vivida pelos personagens. Cenas feitas com a Câmera na mão e edição frenética, como na TV, aumentam a tensão na disputa pelo poder na favela.
Pano de fundo para a história, a guerra pelo poder é declarada no morro. Laranjinha e Acerola são obrigados a deixar a Favela da Sinuca, e acabam descobrindo que a cidade pode ser tão, ou mais, hostil que a favela.

Sem seu referencial, é na Sinuca que está tudo e todos que conhecem, e atravessando uma fase de auto-conhecimento, os personagens descobrem fatos que os colocam em lados opostos da disputa. A partir daí cabe a cada um decidir como levar suas vidas.
Derivada de Cidade de Deus (2002), Cidade dos Homens apresenta um Rio de Janeiro muito diferente do longa de Fernando Meirelles. Onde a cidade lá em baixo pode ser mais confusa e perigosa que a favela. O filme também mostra a importância do meio em que vivemos, assim como das relações de amizade construídas desde a infância, nas nossas ações adultas. Para Laranjinha e Acerola fatores determinantes, na escolha do caminho a seguir, seja ele um lado da disputa ou a renúncia do mundo que conhecem.

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